quarta-feira, maio 28, 2008

Só mais uma vez…

Permito-me a pensar-nos como um só mais uma vez…
Como teria sido ter-te para mim e dentro de mim?
Que me sussurrarias ao ouvido quando o êxtase tivesse completo e os nossos corpos começassem a relaxar enquanto a respiração entrecortada e profunda desacelerasse o batimento cardíaco?
Continuaríamos abraçados, colados, exsudados a sentir o arrefecimento do desejo há muito acumulado?
Na minha cabeça o caso já se deu vezes sem conta, nos locais mais variados e nos contextos mais comuns e, noutros, imaginários. Apenas as personagens se mantiveram as mesmas.
Por vezes doce e calmo. Por outras, selvagem e cru. Mas sempre, sempre, muito, muito “à nossa maneira”.
Luta desmedida pelo controlo. O ser dominador numa situação em que ambos querem ser dominados. A desadequação de não saber como reagir. O embaraço de corpos nus vistos pela primeira vez e palavras proferidas não pela boca mas pelo fogo que arde por dentro. As obscenidades que incendeiam a mente e liberta as correntes que nos tolhem a libido.
O querer ser mais… Tudo!
Temendo a desilusão da ilusão criada por palavras ditas e escritas.
A virgindade do primeiro toque. A candura do primeiro beijo. A inocência da primeira penetração.
Os sorrisos envergonhados após os primeiros gemidos. De dor… De prazer!
A vontade agridoce de querer consumir e ser consumido com a voracidade de uma alcateia de lobos esfaimados.
Morder! Beijar! Lamber!
Degustar o sabor a sal da transpiração. Dos cantos e recantos de corpos descobertos mas com tanto por ainda descobrir… Novos e surpreendentes paladares!
Que se lixe! Pensar-nos-ei como bem me aprazer uma e outra vez!

5 comentários:

Ricardo Silva Reis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricardo Silva Reis disse...

Desculpa ter eliminado o comentário. Só o fiz porque tinha um erro ortográfico. Perdoa-me.

Degustar o sabor a sal...
Ao ler-te fico com a convicção que a poesia também se encontra no sabor a sal que brota dum corpo saciado de amor (acabadinho de fazer...)
Continua a escrever que eu devoro-te os textos

Jade disse...

"à nossa maneira|" vamos descobrindo, despertando.
Acabamos por nos libertar das amarras impostas por uma cultura do passado...é assim que aprendemos a conhecer-nos, a saber quem somos!

Muito bom!!
:-)
Beijocas

Marta Vinhais disse...

Olá, como tu dizes no comentário no meu blog, "antes louca"...
Falar do prazer abertamente é falar a verdade que se sente e vive...
Interessante o teu texto...
Até já
Beijos e abraços
Marta

renard disse...

Obrigada a todos o vosso comentário ao meu texto. É um assunto que muito me apraz. Escrever sobre a sensualidade e sexualidade é-me sempre muito prazeroso porque adoro tentar encontrar os eufemismos certos para situações dificeis de exprimir. É muito gratificante ver que outras pessoas gostam.
Na verdade, esta coisa de escrevre é muito mais fácil do que a vivência por si. Aqui crio um "alter-ego". Mais aquilo que gostaria de conseguir concretizar do que o que na realidade concretizo...
Enfim... Pelo menos sei que tenho a capacidade em mim... Talvez só falte a pessoa certa para a libertar.

Um enorme beijo a todos