Hoje, contra tudo e contra todos, cheguei a casa e dormi. Pensei que seria a solução para a dor que me consumia por dentro.
Tratei das tarefas mundanas que necessitam de resolução assim que se chega a casa, vesti o pijama e deitei-me no sofá…
Esperei, esperei e, depois, esperei mais um pouco… Estava de costas viradas para a televisão e ouvia, muito baixinho, as vozes dos actores da telenovela infanto-juvenil da TVI…
Ouvia aqueles diálogos riquíssimos e pensava para comigo, tanto talento que este país possui…
Entretanto começaram-me a pesar as pálpebras e Morfeu começou a embalar-me nos seus braços…
Qual não é o meu espanto quando os meus gémeos (de ambas as pernas) se contraem num espasmo de dor e salto do sofá. Era uma cãibra quádrupla, portanto… Limpa o sorriso da cara pois não teve piada.
Não entendes? Ainda dizias tu que deus anda de avessas contigo… Devo ser mesmo escumalha. Deplorável criatura que não merece o oxigénio que consome. Ainda Tântalo pensava que o seu suplício era considerável… Devia sentir a tortura de não se ter descanso da dor… E ele, pelo menos, sabia o porquê de ter ofendido os deuses do Olimpo. Eu cá não percebo.
Maratona sem paragens dizes tu…. O meu dia foi pautado pela inércia física e a “diarreia mental”.
Voltando à minha odisseia… Fui saltitando até à cozinha onde preparei a miséria de repasto que tenho apelidado de jantar há já umas semanas, um croissant e um pacote de leite enchocolatado. Preparei os químicos que me têm mantido viva e voltei para a sala. Esperei pacientemente que as dores passassem com a lágrimas de raiva a correrem-me pelas faces e comi. Depois mais um súbito ataque de má disposição cerebral e cá estou, novamente, sentada no “trono” a despejar um saco de pensamentos desconexos em forma de vocabulário paupérrimo.
Garanto. As paredes vão subir novamente. O entulho deixado no chão irá erguer-se e voltar a formar o cerco que estava construído. As comportas vão fechar. Podes ter ganho a batalha mas, jamais, ganharás a guerra.
Vou voltar à inércia…
quarta-feira, novembro 28, 2007
Inércia
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário