Papel que interpretei há tempos. Deixei a vida escapar-me entre os dedos. Sentada num qualquer banco de jardim a vida parecia desenrolar-se à velocidade da luz à minha volta enquanto continuava estagne e presa às correntes que me tolhem os movimentos e me calam os pensamentos.
Como posso andar de cabeça erguida se não passo de um parasita? Nada me resta senão contemplar as pedras da calçada onde os verdadeiros seres caminham. Aqueles que trabalham, vivem e subsistem nesta era que premeia os pobres de espírito, relegando os demais a uma vida sem esperança.
Nesse mesmo banco de jardim, tantos por que passei, fingia conhecer os estranhos que por mim passavam. Inventava-lhes nomes e vidas. Estranha forma de combater a solidão…
Por vezes pediam-me um cigarro e sentavam-se a meu lado. Dois dedos de conversa circunstancial sobre a meteorologia e um governo incompetente. Seguiam o seu caminho. Eu tentava levantar-me. Para onde ir? Faltava-me um destino.
Encontrei-o e perdi-o. Antes que me habituasse ao ser precisa, já não o era.
Por um momento ínfimo pareceu-me que as peças encaixavam e que, finalmente, seria curada. Uma alegria, que por ser rara, estranhava mas que me impelia a andar para a frente. Não parar! Se a vida me deu estas oportunidades é porque até tenho valor. Vá! Mostra o que vales! Tirei a máscara que me cobria o corpo. Vesti a armadura e preparei-me para a guerra. Combati com todas as minhas forças e sabedoria. Senti-me vitoriosa! Os outros soldados congratulavam pela bravura e, de noite, juntávamo-nos para banquetes e festins de celebração.
Posso ter ganho algumas batalhas mas, por fim, perdi as guerras. As duas que travei. Uma com a cabeça e outra com o coração.
Quando voltarei a ter um papel na peça que é a vida? Agora que passei, novamente, de actriz a espectadora….
Como posso andar de cabeça erguida se não passo de um parasita? Nada me resta senão contemplar as pedras da calçada onde os verdadeiros seres caminham. Aqueles que trabalham, vivem e subsistem nesta era que premeia os pobres de espírito, relegando os demais a uma vida sem esperança.
Nesse mesmo banco de jardim, tantos por que passei, fingia conhecer os estranhos que por mim passavam. Inventava-lhes nomes e vidas. Estranha forma de combater a solidão…
Por vezes pediam-me um cigarro e sentavam-se a meu lado. Dois dedos de conversa circunstancial sobre a meteorologia e um governo incompetente. Seguiam o seu caminho. Eu tentava levantar-me. Para onde ir? Faltava-me um destino.
Encontrei-o e perdi-o. Antes que me habituasse ao ser precisa, já não o era.
Por um momento ínfimo pareceu-me que as peças encaixavam e que, finalmente, seria curada. Uma alegria, que por ser rara, estranhava mas que me impelia a andar para a frente. Não parar! Se a vida me deu estas oportunidades é porque até tenho valor. Vá! Mostra o que vales! Tirei a máscara que me cobria o corpo. Vesti a armadura e preparei-me para a guerra. Combati com todas as minhas forças e sabedoria. Senti-me vitoriosa! Os outros soldados congratulavam pela bravura e, de noite, juntávamo-nos para banquetes e festins de celebração.
Posso ter ganho algumas batalhas mas, por fim, perdi as guerras. As duas que travei. Uma com a cabeça e outra com o coração.
Quando voltarei a ter um papel na peça que é a vida? Agora que passei, novamente, de actriz a espectadora….
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