terça-feira, fevereiro 26, 2008

Mexilhões e Cerveja

Finalmente posso dizer que estou no bom caminho para completar e entender o puzzle. A vida já não me assusta.
Impeliste-me a procurar para além de mim. Pensar “fora da caixa”. Compreender que a vida não era aquele lugar sombrio onde me refugiava da dor.
Sei que, comparativamente, o impacto que tive na tua vida em nada se compara àquele que tiveste na minha. Mas gosto de pensar que, pelo menos, te orgulhes de mim. Mesmo que seja só mais uma pessoa, entre muitas, que ajudaste.
Em toda a verdade, tive de piorar antes de melhorar. Fui onde ninguém deve ir dentro de si. Vi e senti coisas que já tinha suprimido e que, numa torrente, me chegavam em catadupa. Perdoei mágoas e desfiz-me de velhos ressentimentos.
Considerei que todas as minhas experiências, boas ou más, estavam em pé de igualdade. Todas têm em comum a minha maturação como ser humano e a aprendizagem. Aprender por “tentativa e erro”. O que não correu bem no passado dificilmente correrá bem no presente. Por isso, aprendi a escolher melhor sem estar toldada pelo receio de errar e, acima de tudo, a ser mais flexível nas situações que me vão surgindo.
Não penso ter-me tornado uma pessoa optimista. Apenas deixei de ser derrotista. Ganhei fôlego para lutar. Principalmente para não te deixar mal a ti e à minha mãe que depositaram tanta confiança em mim. Quero fazer-vos orgulhosos de mim.
Tão, simplesmente, resume-se a querer ter dinheiro merecido para um dia levar a minha mãe ao Egipto. A ti, quero levar-te a Paris, para nos sentarmos numa esplanada a comer mexilhões e a beber cerveja.

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