terça-feira, fevereiro 05, 2008

A Rejeição

Depois de uns quantos dias de boa disposição e raciocínios límpidos decidiu fazer-se à vida e começar a tomar decisões que, ao contrário da norma, a fizessem sentir bem e não deprimida.
Vai daí, pensou no que lhe era mais urgente. Um companheiro, pensou ela. Precisava de alguém a seu lado que a solidão era impeditiva da sua felicidade. E porque não dar uma oportunidade a um sentimento, não repentino como era seu costume, mas um que maturasse através do convívio e da aceitação incondicional dos defeitos do outro?
Voltou a baralhar as cartas, deu e leu a sua mão… Ponderou os prós e contras da resolução que se preparava para tomar. Decidiu arriscar… Afinal de contas, só tinha passado uma semana.
Era uma aposta segura. Tinha as probabilidades do lado dela e parecia-lhe ter tudo para ganhar o jogo. Mas, invariavelmente, a fortuna não se encontrava do lado dela e o adversário tinha trunfos inesperados na manga. Contra todas as suas expectativas perdeu…
Perante a adversidade podia, como é seu hábito, dramatizar e deixar-se abater. Mas, pelo contrário, sorriu. O canto da boca retorceu-se num esgar de escárnio de quem voltou a ter a capacidade de rir de si própria e pensou: - Era de esperar…
A vida tinha, mais uma vez, feito “bluff”.
No seu íntimo ela sabe que esta partida não está perdida para ela e que é uma questão de tempo até o adversário perceber que a perda foi dele. Se alguma coisa aprendeu nos últimos tempos é que o melhor da existência está nos riscos que se correm e não nas desistências facilitadoras.
O baralho está de novo na sua mão. Prepara-se para voltar a dar…

Sem comentários: