quarta-feira, maio 07, 2008

Bife!?!?!?!?

Não chegavam as dúvidas que já tinha em relação à vida, eis que surge mais um enigma para ser resolvido.
Foi-me dito por um perito na matéria que nunca atingirei a felicidade se não encontrar o meu “eu” espiritual.
Sendo ateia há mais de 10 anos devo dizer que me fez uma imensa confusão porem esta premissa novamente na minha vida. Fui aconselhada a ler os evangelhos para depois, a partir da minha inteligência, tirar de lá as minhas conclusões…
Eu já os li há muitos anos quando comecei a duvidar da minha fé. Para além da Bíblia, li o Corão, o Tora, o Talmude e os princípios básicos de Hinduísmo e Budismo.
Achei que se era para recuperar ou perder a fé teria de ser a partir de conhecimento e não um capricho de adolescência.
As conclusões que tirei na altura é que a religião tem tanto de bom como de mau e que Deus não era senão uma manifestação da necessidade que temos como seres racionais de responder a questões que não têm, para já, resposta.
Há não muito séculos acreditava-se que o sol girava à volta da Terra e que o nosso planeta seria plano. Galileu sofreu as consequências da heresia de provar o contrário.
Tenho para mim que os grandes mistérios do nosso tempo serão respondidos, a seu tempo, pela lógica e pela ciência. Claro está, outros surgirão e a necessidade de um ente externo a nós estará sempre presente.
Terem-me dito para procurar a fé foi como depois de 10 anos de ser vegetariana me dizerem para comer um bife…

5 comentários:

Raul Martins disse...

Voltarei...

renard disse...

Ansiosamente, esperarei... :)

Raul Martins disse...

E voltei... para te dizer que li, reli e compreendo, aceito e respeito-te... só não gostei da forma como terminas... a comparação não é feliz e empobrece o teu texto.
Estou de acordo contigo quando dizes que, infelizmente, a religião também tem muitas coisas más, é verdade e que desvirtuam muito o verdadeiro sentido da fé, assim como o homem tem muitas coisas boas e más. Mas gostei da forma como te questionas. Sabes que colocar as coisas em causa é sinal de que afinal não estamos muito longe delas?
Sabes, o meu melhor amigo de infância, que infelizmente morreu de acidente com 16 anos, era ateu, mas era uma pessoa fantástica. Acreditava imenso na vida, na alegria, na amizade, no fazer o bem aos outros. Graças a Deus que é por dentro que se julgam as pessoas e não pelas etiquetas que elas sustentam. E tu mostras que és uma boa pessoa, por aquilo que aqui vais escrevendo e nos espaços que visitas. Posso não estar de acordo com muitas das coisas que fui lendo aqui no teu blog mas admiro-te e respeito-te.
Voltarei novamente sobre este tema da fé e de Deus. Mas está descansada que não te quero converter.
Carpe diem!

renard disse...

Em toda a verdade Raul, também não me parece que conseguisse mesmo que fosse essa a sua intenção... A verdadeira conversão só pode acontecer se houver uma pre - disposição para tal. Que não me parece ser o caso.
Agradeço a crítica que fez ao meu texto. Que venha essa e muitas mais! Contudo devo dizer-lhe que ficará assim. Não por teimosia mas porque a minha escrita é algo que sempre foi genuína. O que sinto é exactamente o que escrevo. A comparação vem do facto de ter uma prima que foi vegeteriana 10 anos e aquando da sua primeira gravidez, disseram-lhe que teria de comer carne. Passou muito mal durante meses mas agora já está habituada. O paralelismo é esse. Quando o Sr. Padre me disse aquilo senti que não me iria ser possível. Mas estou a enfrentar a situação de mente aberta e o menos parcial possível.

Um Grande Bem Haja

Raul Martins disse...

Ficará assim e eu acho muito bem. Longe de mim querer que mudasses!
É verdade, a conversão precisa de uma pré-disposição.
Carpe diem!