Ás vezes não desejas que certos episódios da tua vida se tivessem passado apenas na tua imaginação? Um sonho acordado, uma projecção sem nexo, um pensamento solto…
Acontece-me amiúde. Não é sensação que estranhe embora desta vez seja diferente. É que aquilo que eu me perturba não é totalmente desagradável. Existem momentos, raros porém, que até me sinto verdadeiramente feliz. Mas a maior parte do tempo sinto-me esquecida, pequena, chata, insistente, incompreendida, estúpida, infantil, magoada, angustiada e, acima de tudo, vencida.
Quando penso nas decisões que se avizinham respiro fundo, faço um gesto de concordância com a cabeça e repito para mim mesma:
- É hoje! Não pode ser! Ele é igual aos outros!
Depois encho-me de coragem e escrevo ou saio de casa para um encontro. No momento que a decisão tem de ser vocalizada, falta-me a voz juntamente com a coragem e vacilo sempre. SEMPRE! Aperta-se-me o peito, o coração bate descompassado e as pernas fraquejam. Respirar custa, coro de emoção e a cabeça anda à roda. Não consigo deixar-te. QUERO TANTO! Mas não consigo. Não agora que me abriste as comportas. Deixar-te agora seria como levantar-me de uma mesa de operações com os órgãos desarranjados e com as suturas por fazer… A questão não é a dor porque não me deste anestesia e avisaste-me que ia doer e eu concordei. Prende-se com o facto de não compreenderes que estou tremendamente frágil e tu estás debruçado sobre mim com instrumentos cirúrgicos de aspecto reluzente mas afiados e cortantes.
Estou a perder sangue descontroladamente e vais-me dizendo ao ouvido que não me deixarás morrer e que eu vou sobreviver porque eu sou a Paciente Magnífica.
Não serás tu que me estás a matar?
Uma coisa que tenho em demasia… Imaginação.
quarta-feira, novembro 28, 2007
Imaginação
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