segunda-feira, novembro 26, 2007

O beijo


O assunto é ilimitado. Os sentimentos e as sensações não têm dimensão… O limão não tem comprimento, largura ou diâmetro. A não ser que se consiga medir estas características do infinito. Então, aí, estarão as medidas correctas….
A necessidade de dimensionar as coisas não se enquadra no meu conceito de sentimentos e /ou sensações. Não são mensuráveis e ponto final. Não consigo dizer quanto é que “gosto “de quem “amo”. No máximo poderei tentar dar um exemplo mas pecará sempre por defeito. Se algo sobeja à sua dimensão, a sua medição está errada porque sai dos limites que se lhe impõem….
Mas existem situações em que as palavras não chegam a definir uma ínfima parte daquilo que sentimos e desejamos.
Por exemplo, os beijos de quem queremos não são bons, não são óptimos, não são maravilhosos, não são perfeitos… Nada consegue caracterizar o que os beijos são. São as borboletas no estômago quando, finalmente, me beija, são o cheiro do perfume que me embriaga, o calor dos peitos encostados, a respiração, os sentidos alertados, os arrepios de sentir os dedos a tocar-me…
Orgasmo de sensações é uma redundância… O orgasmo é um misto de sensações…
Sou apologista de que as figuras de estilo são para serem usadas e abusadas. Mesmo assim, um orgasmo de sensações falha redondamente quanto à definição do dito beijo… Como digo não se trata de falta de léxico ou adequação do mesmo. Não se exprime por palavras mas por gestos quase imperceptíveis. A forma discreta como me sento mais direita numa posição expectante. O descansar a mão no peito onde lhe bate o coração para o sentir a acelerar quando me beija, o formigueiro que se cria nos lábios e o subsequente humedecimento dos mesmos…
Os sentimentos não têm Razão e a Razão não tem sentimentos!

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