terça-feira, dezembro 04, 2007

Pérolas a Porcos

Falar com paredes… Tentar racionalizar com seres que tirariam do sério até o Padre António Vieira que pôs Santo António a pregar a peixes que, dizem, têm uns meros 3 segundos de memória. Meros? Uma eternidade! Quem me dera essa vastidão de tempo me fosse concedida pelos seres acéfalos que me rodeiam diariamente.
Os que sobejam, os que pensam, deixam-se levar pelo “laisser faire – laisser passer”, digno duma qualquer anarquia (vulgo República das Bananas), e habituam-se a viver neste sítio amorfo, ermo e desprovido de qualquer forma de pensamento.
Tu, que lutaste pela liberdade, diz-me o que é viver numa época em que as ideologias vingavam e havia vontade de mudança. Lutaste para quê? E para quem? Que liberdade é essa que tanto te custou a conquistar que agora parece de somenos importância?
Inveja! De teres vivido num período que a coragem e o não-conformismo imperavam e que se compreendia que as palavras perderiam significado e só restava agir.
Hoje, rodeados de informação numa “aldeia global”, vivemos na maior ignorância e com um extremo desprezo pelo “fazer acontecer”. Se o mundo fosse pautado por este pensamento desde o princípio dos tempos, ainda vivíamos de tanga e a matar animais com uma moca…
Um encolher de ombros… É assim. Sempre foi…
E daí? Não tem de ser!
Baixa-se os braços e vira-se as costas à progressão? E se os Capitães de Abril o tivessem feito? Afinal de contas, por esta ordem de ideias, a ditadura já durava há décadas, custava muito mudar!
E aqueles que têm capacidade, os poucos que mantenho mais perto de mim, ganharam a minha admiração mas vão-na perdendo por serem derrotistas e deixarem-se levar pela mediocridade.
Enfim, pérolas a porcos…

Sem comentários: