terça-feira, dezembro 25, 2007

Silêncio

Odeio-te mas, por vezes, preciso de ti. Apenas tu me dás algum descanso. Algum conforto.
Deixas-me estar aqui comigo. Pensar em voz alta o que, lá fora, viraria cabeças.
Cansas-me. No entanto, ao te quebrarem anseio voltar a encontrar-te.
Só tu me entendes. Não me respondes. Ecoas os meus pensamentos. A verdadeira ressonância. Com se dissesses: queres ajuda? Ouve-te a ti própria!
Magoas-me tanto! Fazes-me recordar a solidão que cria este vazio em mim. Este vazio que tento preencher de todas as formas que me são possíveis.
Corpo desabitado e moribundo. Alma leprosa que se desfaz a cada sorriso mentiroso e acenar de cabeça falso. A cada acordar sonâmbulo de pensamentos em que me perco.
Provocas-me sensações agridoces. Uma camisola de lã encharcada num qualquer dia de Inverno… Uma noite ébria seguida de um acordar ressacado…. Um amor mais ou menos correspondido… Um cinzento… Provocas-me um cinzento…
Ora fujo de ti, ora refugio-me em ti.
Ambiguidades do silêncio…

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