terça-feira, janeiro 08, 2008

A Arte da Fuga

Pouco ou nada me resta senão fugir. Não enalteçam o que não merece louvor. Não sou mais nem, tão-pouco, tudo. Saciem a vossa sede com alguém que não vos deixará à míngua.
O comum, o habitual, o normal não falha. Pautado pela continuidade, podemos sempre contar com a sua previsibilidade. Uma torneira como tantas outras jorrará água. Tão certo como a secura que no impele a procurar essa ambrósia dos deuses. Contudo uma torneira gasta pela erosão do tempo tanto poderá deixar correr um fio de água como não. E, fatal como o destino, chegará o dia que partirá e daquela bica nada correrá.
Ao terem vontade de apostar naquela pessoa que parece ter boas probabilidades, parem! Nem tudo o que parece é. Por vezes trata-se duma aposta perdida. Somente fumo. O fogo já se extinguiu.
Acordar? Para o vazio? Para o silêncio?
Agora que provei o doce sabor daquilo que gosto, dificilmente retrocederei para o “menos mau”. O “second best” já não me interessa. Migalhas…
“A vida é dura para quem é mole”. E eu sou mole. Ser gelatinoso, amorfo e mutante que, por ser translúcido, apenas reflecte a imagem distorcida de quem o vê.
Como qualquer alienígena aperfeiçoo a arte da fuga….

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