quarta-feira, janeiro 16, 2008

Sem pedir licença

Andava há já uns dias com as lágrimas a criarem-se em seus olhos sem terem lhe pedido licença.
Deitada no sofá a ver uma série a sua mente divaga. Lembra-se da tarde que passou. Entregar currículos a uma pessoa conhecida que lhe disse que com 27 anos parecia-lhe uma pessoa demasiado amarga. Virou a cara porque as lágrimas criaram-se sem lhe pedir licença.
Foi ver uma amiga que foi mãe e ao pegar a bebé de 7 dias ao colo e encostá-la ao seu peito e sentir a sua respiração no seu pescoço sentiu as lágrimas a criarem-se sem terem pedido licença.
Confessou a um amigo os seus planos maquiavélicos passados e presentes e as lágrimas criaram-se novamente sem autorização.
Pensou nela própria. Embora não sendo totalmente má, reconhece a capacidade que tem de ser abominável e entendeu que a falta de sorte na vida estaria ligada a esses acessos de malevolência pura. É a paga. Equilíbrio dos seres… Encheram-lhe os olhos de água salgada e brotaram as lágrimas sem que tivessem pedido licença…

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